Artigos cientificos de tabagismo by nicolefzcvk - Issuu

SciELO - Brasil - Tabagismo: parte I Tabagismo: parte I


Quanto ao tabagismo materno, que predispõe crianças e futuros adolescentes às doenças respiratórias, Priestsch et al.18 e Gonçalves-Silva et al.23 concordam que o menor nível de escolaridade materno é um fator predisponente ao tabagismo. Gonçalves-Silva et al.23 relatam, ainda, que condições de moradias desfavoráveis associadas ao tabagismo dos moradores do domicílio contribuem para as doenças respiratórias. Destes artigos selecionados, 15 (93,8) abordaram estudos epidemiológicos descritivos, apenas 1 (6,2) o AC 06 trata de abordagem analítica. Todos os artigos de uma forma ou de outra sugerem políticas, projetos ou programas no âmbito do controle do tabagismo (Figura 2). A grande maioria dos adolescentes deste estudo começou a fumar entre 13 e 15 anos (55) e 22,5, entre 7 e 12 anos. Isto é consistente com quase todos os estudos que mostram início precoce do vício de fumar.1,2,11 Monego e Jardim24 buscaram conhecer a situação de saúde e risco de crianças e adolescentes escolares, constatando a prevalência de hipertensão arterial, o excesso de peso, o uso de álcool e tabaco como determinantes de riscos para doenças cardiovasculares na idade adulta. Concluíram que a escola é um espaço que deve ser utilizado na promoção à saúde, capaz de disseminar informações que serão reproduzidas no seio da família sobre o estilo e hábitos de vida saudável.



Doenças causadas pelo uso de derivados de tabaco

Dados e números da prevalência do tabagismo - Muitas pessoas iniciam o uso do cigarro e outras formas do tabaco por simples curiosidade e influência de outros indivíduos. Muitos nunca mais utilizam esses produtos novamente, enquanto outros mantêm o uso e se tornam dependentes da nicotina. O desenvolvimento da dependência está relacionado com diversos motivos, dentre os quais podemos citar fatores genéticos, familiares e comportamentais.


Segat et al. ,17 Schenker e Minayo21 e Chatkin22 discursam sobre o gregarismo (envolvimento grupal), amigos e familiares fumantes como fatores de risco para a iniciação do tabagismo. No seu processo de busca da identidade adulta, o adolescente transfere a dependência dos pais para a turma com a qual eles se identificam, explicam Saito, Silva e Leal1. Chatkin21 ainda enfatiza que o tabagismo pode não estar somente associado a fatores ambientais, mas também àqueles de origem genética para cada indivíduo. E Saito, Silva e Leal1 reforçam: geneticamente, o organismo de jovens, filhos de pais dependentes, apresenta predisposição à dependência da droga. O desenvolvimento da dependência dependerá da interação dessa predisposição com os fatores ambientais que poderão protegê-lo ou favorecer o aparecimento da dependência. Diante desse contexto, os adolescentes estão sujeitos a ser influenciados por hábitos e comportamentos não saudáveis, que acarretarão agravos à saúde deles em longo prazo. Diversos fatores estão associados à experimentação ou não de drogas lícitas e ilícitas. O adolescente de hoje vê-se diante de muitas mudanças e, assim, fica vulnerável ao impacto dos movimentos sociais, da tecnologia, do marketing.


Artigo sobre tabagismo - O mesmo panorama foi constatado pela pesquisa Perfil do Tabagismo entre Estudantes Universitários no Brasil (PETuni) do Ministério da Saúde entre universitários de alguns cursos da área da saúde: em Brasília (DF) e São Paulo (SP), em 2011, dos estudantes que declararam consumir com frequência algum outro tipo de produto derivado do tabaco, de 60 a 80, respectivamente, fizeram uso do narguilé (INCA, 2013).


Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco

Os fatores de risco para tabagismo na adolescência citados na literatura são: sexo e idade, nível socioeconômico, fumo dos pais ou irmãos e dos amigos, rendimento escolar, trabalho remunerado e separação dos pais. Os estudos mostram que o hábito de fumar dos amigos e dos irmãos mais velhos está fortemente associado ao tabagismo em adolescentes.1,6,7,10,12 Várias pesquisas apresentam prevalências mais altas de fumantes em idades maiores.1,5,6,11 Baixo rendimento escolar,1,7 e trabalho remunerado1 também mostram associação com tabagismo em adolescentes. Na maioria dos estudos o sexo masculino aparece como fator de risco para fumo,1,7,15 sendo que estudo mais recente mostra não haver diferenças entre os Nível socioeconômico6,8 e fumo dos pais1,7 são achados controversos na literatura. Saito, Silva e Leal1 relatam que o adolescente frequentemente se expõe a situações de riscos inerentes à vivência inéditas, à necessidade de experimentação e ao processo de formação de sua identidade adulta, pelo fato dele se sentir indestrutível, imune, imortal. Não há como evitar riscos. Castro et al.14 constatam, diante da proliferação do fumo e da oferta sedutora da mídia, que quanto maior a gravidade da dependência nicotínica, maior é o prejuízo na qualidade de vida, na perda da vitalidade e no aumento das comorbidades, ou seja, há uma queda no estado geral da saúde. Ao se analisar como se dá a criação de políticas de controle do tabagismo queremos, com isto, identificar como tais políticas podem contribuir para a cessação do tabagismo, bem como se dão os processos de implantação destas políticas. Entendemos políticas como decisões de caráter geral, destinadas a tornar públicas as intenções de atuação do governo, através de programas e projetos, permitindo o acesso da população em geral, e dos formadores de opinião em particular, à discussão, à implementação e à avaliação das políticas66. Brasil. Ministério da Saúde (MS) . Secretaria de Políticas de Saúde Departamento de Formulação de Políticas de Saúde. Políticas de saúde metodologia de formulação . Brasília: MS; 1998.. A política de saúde faz parte de inter-relações com fatores que transcendem o universo da atenção à saúde, posto que seus resultados dependem também de determinantes sociais, econômicos e políticos. Assim, como qualquer outro processo decisório, a política de saúde é fruto de um complexo jogo de negociações e confrontações entre a burocracia estatal, profissionais de saúde, sindicatos, partidos políticos, grupos de interesse e associações da sociedade civil. Portanto, não só os governos se envolvem na formulação de políticas. Outros atores estão envolvidos na arena política, tais como, os grupos de interesse e os movimentos sociais, cada qual com seu papel, tendo maior ou menor destaque a depender do tipo de política formulada e das coalizões que integram o governo, tornando a atividade de governar e de formular políticas mais complexa77. Silva IF. O processo decisório nas instâncias colegiadas do SUS no estado do Rio de Janeiro [dissertação]. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2000..


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